A convicção com que Eduardo Villegas, técnico do The Strongest (BOL),
critica a forma de jogar de Paulo Henrique Ganso não aparece na hora de
saber como o São Paulo irá a campo nesta quinta-feira. As recentes
modificações feitas por Ney Franco na equipe titular devem pegar o
adversário de surpresa.
O treinador é enfático ao dizer que o meia
é lento e não tem dinâmica de jogo. Para Villegas, a presença de Ganso
entre os titulares favorece o The Strongest.
Antes do treino desta quarta-feira, o técnico recebeu a reportagem do LANCE!Net
em sua sala, no centro de treinamento do clube. Um papel com uma
escalação do Tricolor estava em cima da mesa, e era o time que Villegas
imaginava enfrentar. Mas era o São Paulo da antiga formação, com uma
defesa completamente diferente da atual, além do esquema de jogo. O
papel mostrava o time de Ney Franco com Douglas, Lúcio, Rhodolfo,
Cortez, Wellington e até Ademilson no lugar de Luis Fabiano.
À tarde, Villegas ainda iria rever o clássico contra o Corinthians. Se o técnico do The Strongest não mudar o que pensa sobre o São Paulo, vai ter uma grande surpresa na noite desta quinta. E a maior delas pode ser o próprio Paulo Henrique Ganso.
L!Net: Qual é sua expectativa para esse jogo?
Eduardo Villegas: Para nós, é a partida mais importante. As outras já foram. O futebol que jogamos no Brasil, apesar de não termos conseguido o resultado, nos convence de que temos capacidade de ganhar. Sabemos do potencial do São Paulo, mas reitero que estamos convencidos e queremos fazer as coisas da melhor maneira, com muita atenção. Resumindo tudo, conseguir uma vitória.
L!Net: O que representa enfrentar o São Paulo, tricampeão da Libertadores, no mesmo patamar do The Strongest? É um dos maiores jogos da história do clube?
EV: Todos esses ingredientes, toda a trajetória do São Paulo, toda a trajetória do The Strongest aqui na Bolívia, por ser o primeiro tricampeão, obviamente que gera uma expectiativa maior. Para nós uma atenção muito especial. Muitas vezes quisemos rivais menos fortes, mais acessíveis, mas nos últimos anos enfrentamos Santos, Internacional, agora São Paulo e Atlético-MG, que é muito forte. Por um lado é melhor porque podemos ter um parâmetro mais alto, pode nos provocar uma melhoria e motivação para o nosso campeonato local. Com tudo o que tem o São Paulo, temos que tentar nivelar e superá-los para passar à seguinte fase.
L!Net: O que espera do São Paulo, que mexeu na escalação em relação último jogo?
EV: Nós temos essa base (aponta para o papel). No domingo, jogou contra Corinthians e vimos uma equipe diferente. Estamos vendo o vídeo. A ausência de Luis Fabiano é importante para nós. Talvez Rogério Ceni pelo problema que teve, também é importante para nós. As variantes são uma incógnita para nós nesse momento.
L!Net: Como vê o futebol de Paulo Henrique Ganso?
EV: Já enfrentamos o Ganso quando ele estava no Santos. É um jogador muito talentoso, mas para o futebol atual, futebol moderno, ele é muito lento. Para o futebol brasileiro é muito lento. Ele jogava ao lado de Neymar e Neymar ia a 100 e ele ia a 20. Claro que estava com a velocidade mental, mas creio que está um pouco distante. Se ele acelerar seu jogo, vai dar mais dinâmica às suas ações e pode ser um jogador importante não só para o São Paulo mas também para a Seleção.
L!Net: Ganso como titular é melhor para o The Strongest?
EV: Sim. Sim, porque não tem muita dinâmica. Mas também não podemos deixá-lo sozinho porque pode dar bons passes.
L!Net: E a possível ausência de Rogério Ceni, além da já confirmada de Luis Fabiano, acha que também ajuda?
EV: Sempre dizemos que as equipes tem uma coluna vertebral. Se não tiverem Rogério Ceni e Luis Fabiano, essa coluna vertebral se debilita e para nós seria muito melhor.
L!Net: Jadson e Osvaldo foram convocados para a Seleção. O que acha dos dois jogadores?
EV: Em La Paz, Jadson foi muito importante na partida contra o Bolívar. Ele controlou o ritmo da partida. E Osvaldo é um jogador muito rápido, forte e potente, como também é o Aloísio. Temos que ter muito cuidado com eles para não deixá-los muito livres. Não podem ter liberdade para fazerem o que sabem. Temos que ter muita marcação porque são jogadores muito talentosos.
L!Net: O seu time está definido para a partida?
EV: Está definido. Fizemos um treinamento no Hernando Siles. Temos alguns problemas, mas temos jogadores suficientes para manter o nível que temos
L!Net: Pode revelar a escalação para o jogo?
EV: Não. Até porque não tenho a oficial do São Paulo. Então vou esperar até amanhã (quinta). Vamos esperar até o jogo, ver se não acontece nenhum imprevisto, vamos torcer para que não. Amanhã, confirmamos o time.
L!Net: Por causa da morte do jovem em Oruro, no jogo entre San José e Corinthians, alguns são-paulinos ficaram com medo de vir à Bolívia. Como enxerga toda essa situação?
EV: Primeiro, quero dizer que para mim o que aconteceu foi um acidente do futebol. A pessoa que lançou tem sua responsabilidade, a polícia que deixou entrar com o artefato também tem sua responsabilidade. Lamento muito a morte do garoto. O futebol foi feito para unir os povos, unir as nações, para haver o intercâmbio dos povos. E digo aos torcedores do São Paulo, do Atlético-MG, aos da Seleção Brasileira, que na Bolívia não há nenhum tipo de revanche contra nenhum torcedor brasileiro ou de qualquer outro país. Foi um acidente. Assim como fomos muito bem recebidos no Brasil, vamos receber a todos muito bem aqui e não vai haver nenhum tipo de agressão. Até porque o Atlético-MG veio aqui e não houve nenhum problema.
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