Quando o “ilustre desconhecido” Sr. Rogério Mücke Ceni, que jogava pelo Sinop de Mato Grosso e antes era funcionário do Banco do Brasil, assinou contrato com o São Paulo Futebol Clube em 07 de setembro de 1990 ninguém sabia que algum tempo depois se tornaria eterno ídolo de uma torcida por tantos feitos memoráveis e inalcançáveis. Nem mesmo ele esperava conseguir tanto na carreira.
De maneira educada e humilde, Rogério foi aos poucos sendo integrado à equipe principal e, por muito tempo foi reserva do grande goleiro Zetti, mas nem por isso deixou de galgar seu espaço dentro do clube. Pergunte a qualquer funcionário sobre a pessoa e, todos citarão um cara simples e solidário que há 22 anos “vive” diariamente o clube e suas dependências. Poucos são os profissionais de sucesso que agem com tamanha simplicidade no seu dia-a-dia. Incansavelmente, ele foi treinando e atuando no “Expressinho Tricolor” (equipe 2 do SPFC na década de 90 que atuava em torneios e campeonatos paralelos aos principais) e, esperando seu momento chegar. Quando finalmente ocupou o posto de goleiro, nunca mais se tornou reserva e daí pra frente sua carreira foi alavancada pelo esforço e dedicação.
Rogério Ceni, aos poucos, foi se aprimorando em fundamentos importantes para um goleiro no futebol moderno, como saída de bola aérea, defesas de cabeceio, defesas de penalidades e reposição rápida de bola ligando o contra-ataque e, sempre se dedicava ao máximo nos treinos repetitivos para lapidar o talento bruto. Além de tudo isso, ainda ficava após o treino para cobranças de faltas e pênaltis, algo que em meados de 1994 era inconcebível para um goleiro. Mas com garra e perseverança desenvolveu sua técnica e, cada vez mais, foi se especializando na cobrança de bola parada, tanto que hoje é o maior goleiro-artilheiro do planeta com 107 gols na carreira, até então, pois a contagem continua.
Também conquistou o posto de capitão dentro e fora de campo, exercendo a função de líder máximo no departamento de futebol do clube e, desempenhando esse papel com soberania, recebendo inclusive alguns apelidos como chefe, patrão, presidente, entre outros que os próprios jogadores deram. Ele chama pra si a responsabilidade e cobra comprometimento dos demais jogadores, servindo como exemplo de profissional dedicado e liderança por inspiração. Hoje, pra falar de São Paulo é necessário entender do M1TO, compreender quão importante ele é para a organização e para a torcida.
O dia mais triste para a Nação Tricolor será o dia de sua aposentadoria, nesse momento ficaremos órfãos de nosso maior representante em campo, àquele que dá o sangue e ama o Tricolor tanto quanto nós. Perderemos nosso goleiro, artilheiro, capitão, líder, guerreiro dentro de campo, mas ganharemos um excelente profissional que ajudará o clube, seja como diretor de futebol, seja como técnico ou até presidente do SPFC. A única certeza é que jamais será esquecido, décadas passarão, mas o Rogério será eterno em nossos corações e nossas lembranças como àquele que nos elevou ao posto máximo de Soberano.
Mas enquanto esse dia não chega, e torcemos para que demore muitos meses ainda, vamos incentivar a equipe enaltecendo as glórias e conquistas desse excelente profissional que, nos inspira diariamente e que, ainda tem muito por nos ajudar. E lembrem-se:
TODOS TÊM GOLEIROS, MAS SÓ NÓS TEMOS ROGÉRIO CENI !!!
Parabéns Ceni!