Fazer parte da delegação que partiu nesta segunda-feira para uma excursão por três países era tudo o que o volante Fabrício, do São Paulo, precisava para se sentir de vez integrado ao elenco. Destaque do time no empate por 0 a 0 com o Corinthians, no último domingo, pelo Campeonato Brasileiro, o meio-campista escancarou pela primeira vez a mágoa que tinha com Ney Franco, substituído por Paulo Autuori no comando do tricolor. Na coletiva realizada antes do embarque da delegação são-paulina, nesta segunda-feira, ele deixou claro que não engoliu o seu afastamento e declarou que o ex-chefe não foi transparente.
Em um jogo contra o Botafogo-SP, pelo Campeonato Paulista, Ney escalou reservas, Fabrício, entre eles. O volante não gostou de ser substituído no segundo tempo. No dia 10 de maio, após a eliminação da equipe na Taça Libertadores da América, ele acabou afastado pelo treinador.
- É claro que ficou a mágoa. Do mesmo jeito que ele não gosta de mim, eu não gosto dele. Não cometi nenhuma indisciplina. Apenas reclamei a ele que precisava jogar mais para ganhar ritmo de jogo. Isso é normal no futebol. É preciso ter liberdade para se expressar. Quando ocorreu o fato (reclamação da substituição), nós conversamos no vestiário e ele disse que não haveria nenhum problema. E todos viram o que aconteceu depois - disse.
Fabrício era um dos mais empolgados com a viagem. O Tricolor disputará torneios amistosos na Alemanha, Portugal e Japão, enfrentando times de peso, como o Bayern de Munique, Benfica, Milan e Manchester City.
- Estava sentindo muita falta desse ambiente de jogo. Fiquei triste pelo que aconteceu, mas isso me deu mais força, nunca perdi o foco. Ter tido a chance de voltar num clássico é especial. Agora vamos viajar e logo de cara enfrentaremos uma das melhores equipes do mundo (Bayern, quarta-feira). Temos de aproveitar, trabalhar forte porque a equipe ainda tem muito a melhorar - disse.
A volta do volante foi comemorada por todo o elenco, em especial pelo goleiro e capitão Rogério Ceni, um dos melhores amigos de Fabrício.
- Ganhamos um jogador experiente, que fala dentro de campo, que cobra a arbitragem. A saída dele foi um prejuízo para a instituição. Se não for por lesão, não se compreende a perda de um jogador desse. O Fabrício não é o Messi, não é o Cristiano Ronaldo, mas agrega alma, é um cara importante. Tem dez anos de carreira profissional. Jogadores com esse perfil não podem ser deixados de lado - ressaltou o camisa 1, também questionando a decisão do ex-treinador.
0 Comentários i:
Postar um comentário