“É constrangedor eu ter de me defender aqui”. Ney Franco resumiu
assim o que sentia após a derrota por 1 a 0 do São Paulo diante do Goiás
nesta quarta-feira. O treinador afirmou que não queria ser advogado
dele mesmo e ainda avisou que, se detectar que ele é o problema para o
elenco, ele será o primeiro a entregar o boné para a diretoria.
“Tem de saber avaliar. Se eu chegar a uma definição que sou problema,
sou o primeiro a dar o boné. Não quero atrapalhar o São Paulo. Acho que
o problema não é treinador. É ruim chegar aqui e ser meu próprio
advogado. Quando tem o insucesso é um pouco de cada coisa. Não quero
ficar discutindo a minha situação. Hoje estou como treinador, mas o
cargo é do clube. Tenho firmeza em continuar, é opinião minha. Mas eu
sei que não sou que tomo decisão. É constrangedor ficar aqui me
defendendo”, disse ele.
Na saída dos vestiários, o vice-presidente Carlos Augusto Barros e
Silva, o Leco, afirmou que entende os protestos da torcida, mas que
acredita que Ney Franco tem suporte para continuar trabalhando.
A derrota desta noite foi a primeira do time no Campeonato Brasileiro e já terminou em protestos da torcida dentro e fora do estádio. Os são-paulinos chegaram, até, a pedir Muricy Ramalho, recentemente demitido do Santos e tricampeão brasileiro defendendo a equipe do Morumbi. Lúcio, Juan, Denilson e Luis Fabiano foram os alvos do protesto no portão do estádio logo após a partida.
Apesar de todo tumulto, Ney Franco afirmou que tem segurança de que continuará no cargo e que pode manter o desenvolvimento de seu trabalho.
“Sei que não me atrapalha em nada os gritos. Tenho força suficiente para desenvolver meu trabalho e recuperar os pontos perdidos hoje (diante do Goiás) no jogo contra o Grêmio. A única forma de não provocar esse tipo de reação é ter resultados e desempenho dentro de campo. Meu papel é recuperar a equipe para o jogo contra o Grêmio”, disse ele.
O São Paulo se reapresenta na manhã desta quinta-feira no CT da Barra Funda e terá seis dias para trabalhar o time para enfrentar o Grêmio, na quarta-feira, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
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