Imagina desempenhar um trabalho sabendo que aquele é um projeto especial
para seu chefe e que essa é a sua última chance? É com essa sensação
que o São Paulo desembarca em Belo Horizonte, em Minas Gerais, para
enfrentar o Atlético-MG na próxima quarta-feira, no Estádio
Independência. Vivendo seu último ano de mandato, o presidente
são-paulino, Juvenal Juvêncio, tem grandes expectativas de conquistar o
título da Libertadores no cargo máximo do clube, além de garantir a vaga
no Mundial de Clubes, no fim do ano, em Marrocos.
Como seu mandato acaba em abril de 2014, essa se configura como a última
oportunidade para que o vaidoso Juvenal possa dizer que conduziu seu
time ao título com presidente. Ele já pôde soltar o grito de “é campeão”
apenas como diretor do clube, como em 2005, por exemplo.
Para que o projeto dê certo, Juvenal afirma nos bastidores que fez tudo o
que acha necessário para a conquista de um título. O mandatário fez
questão de dar apoio irrestrito ao treinador Ney Franco, mesmo nos
momentos de crise. Na vitória que classificou a equipe para o mata-mata
de última hora, na rodada derradeira da fase de grupos, o presidente fez
questão de presentear seus jogadores com um gordo bicho que beirou a
casa dos R$ 50 mil.
Na montagem de elenco, ele trouxe Lúcio, Aloísio, Wallysson e Silvinho,
além de manter nomes cogitados para o mercado europeu, como Rhodolfo.
Ele ainda renovou com Rafael Tolói e Marcelo Cañete. Faltou Eduardo
Vargas, sonho do comandante que não pôde ser realizado por causa de um
leilão feito pelo Napoli. O chileno acabou no Grêmio, mas ainda não
decolou no tricolor gaúcho.
Juvenal também tem como hábito estar bastante presente no dia a dia do
futebol. É comum ver fotos e vídeos divulgados pelo site oficial do São
Paulo com a presença de Juvenal no vestiário. Em dias de reclusão do
grupo no CT da Barra Funda, como foi na semana que o time precisava
derrotar o Atlético-MG para avançar às oitavas da competição
sul-americana, ele esteve nos treinos e na rotina dos jogadores todos os
dias.
Desta vez, para poder comemorar a vitória e pagar o bicho sem nenhum
peso na consciência, Juvenal precisa ver os seus jogadores vencerem o
Atlético-MG por dois gols de diferença ou um, caso o placar seja com no
mínimo três gols tricolores.
No poder desde 2006, o cartola tem mandato até abril de 2014 e, mesmo
que os tricolores sejam campeões da América no próximo ano, não será ele
o presidente em exercício. Isso porque o estatuto do clube não permite
uma nova reeleição de Juvenal.
Na sua última vitória nas urnas, aliás, a oposição já se movimentou
bastante tentando impugnar o pleito, chamando a atitude de golpe. Tudo
porque Juvenal já havia sido reeleito em 2008 pela segunda vez, o máximo
que as leis são-paulinas permitem. Como no meio de sua gestão houve uma
mudança no tempo de mandato, o presidente alegou que, em 2011, era a
primeira vez que ele concorria com as novas regras.
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São Paulo enfrenta Atlético-MG com pressão de alcançar sonho de Juvenal
terça-feira, 7 de maio de 2013
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