Cara ou coroa? A moeda jogada pelo árbitro caiu do lado errado escolhido pelo time da Seleção de Viçosa. A eliminação por sorteio na Taça BH de Futebol Júnior de 1991 acabou com o sonho de Ney Franco passar de fase em sua primeira experiência como técnico. Mas o mais importante já havia acontecido: o torneio despertou naquele estudante de educação física o desejo de seguir a carreira no futebol.
Nesta quarta-feira, 22 anos depois, o mineiro volta ao estado que nasceu e conhece bem. Diante do Atlético-MG, às 22h, no Independência (com transmissão em tempo real pelo LANCE!Net), o desafio, dessa vez, é muito maior: comandar o São Paulo na Copa Libertadores. O clube brasileiro de maior sucesso na competição, que é a mais importante do continente.
Ney Franco não ingressou na faculdade pensando em virar técnico. A profissão foi entrando aos poucos na vida dele e o grande passo aconteceu em 1991, quando estava prestes a se formar. A princípio, ele recusou o convite para dirigir o time da cidade de Viçosa na Taça BH, mas logo foi convencido e aceitou a missão.
Volante e capitão do time da universidade, Ney já não tinha mais idade para disputar a competição sub-20. Por conhecer todos os jogadores da região, a cúpula da UFV decidiu que o estudante de 25 anos deveria comandar a Seleção de Viçosa no famoso torneio de categorias de base. Coube a José Muanis, diretor da equipe, convencer Messias a deixar o posto de treinador para se tornar auxiliar de Ney na competição.
A estreia foi com vitória por 2 a 1 sobre o América-RJ. Depois, tropeço para o Galo por 2 a 0. No último jogo da chave, o empate em 0 a 0 com o Caxias fez com que as duas equipes ficassem iguais também em todos os critérios de desempate. A moeda foi lançada, a sorte não ajudou e a vaga ficou com o time gaúcho.
O Atlético-MG não foi apenas o clube responsável pela primeira derrota de Ney Franco na carreira. No rival de hoje, ele começou como preparador físico. Mas após três anos sem deslanchar, uma decisão quase o impediu de estar hoje no Tricolor.
– Em 1995, ele me procurou e disse que iria desistir do futebol porque estava ganhando cerca de R$ 300 por mês e iria ganhar R$ 2 mil em Caratinga para dar aulas na escola – conta Próspero Paoli, amigo e coordenador do time de Viçosa em 1991.
– Mas isso durou pouco. Dois meses depois, o Zezé Perrela foi eleito presidente no Cruzeiro e apostaram no Ney como técnico – completa.
Antes de a bola rolar no Independência, terá cara ou coroa novamente. Mas só para definir quem dará o pontapé para o início, pra valer, da Libertadores para o São Paulo e Ney Franco.
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